
Ah o amor! Esse sentimento que pode ser sentido de diferentes maneiras. Amor de irmão, entre pais e filhos, entre casais, entre pessoa e objeto inanimado (homem e carro por exemplo) entre animais, plantas, extraterrestres. Freud resume o amor em “o desejo da falta”, ou seja se ama o a ausência do objeto e não o objeto em si. Objeto aqui se subentende qualquer “coisa” que se anseie com muita força, podendo ser pessoa, objeto inanimado e também os não identificados. Por esse motivo a grama do vizinho é sempre mais verde, a mulher dele a mais poderosa, o homem dela o mais perfeito. E é também por esse motivo que é tão fácil se apaixonar pelo Vagabundo, justamente porque ele é o que falta. Mas vamos deixar o Vagabundo um pouquinho de lado e falar dessa “desejo da falta”. Podemos igualar o amor a Deus, não só pq ele é a encarnação do amor, mas também, porque ou você acredita, sem provas, ou você não acredita. A grande maioria crê em Deus mesmo sem vê-lo e sem tocá-lo, sentem o poder que emana do desconhecido e pra elas isso basta. Pra outros tantos, Deus é mera figura representativa, é só para ter alguém, ou alguma coisa, em que se agarrar quando mais precisa e, pra alguns Deus é que nem Saci, lenda. O amor não é diferente. Muitos acreditam que o amor existe, que quando encontra a pessoa amada chegam a ouvir sinos, passarinhos, sentem as flores desabrochar mais coloridas, o vento está mais suave, se sentem mais completos. Não discordo da massa humana que crê no amor como salvação da humanidade, mas não discordo de Freud em dizer que o amor é o desejo da falta. Quando você é pequeno e ganha alguma coisa que muito queria você sente a mesma coisa de quando está apaixonado, você não se da conta porque é muito pequeno pra entender o turbilhão de sentimentos que existe no mundo dos adultos. Você idolatra aquele simples pedaço de plástico ou pelo sintético porque aquilo era o que te faltava. Depois de um tempo você abandona aquela, agora coisa, porque já satisfez, já preencheu aquele vazio. Entre pessoas não é diferente, por isso existe o velho ditado que os opostos se atraem, justamente porque o seu oposto é aquilo te falta e você é o preenchimento do oposto do outro. É complicado na teoria, mais na prática, banhado de muito “amor e sexo” isso se torna fácil de entender. Freud também explicou muita de suas teorias baseado na sexualidade exatamente por ser o elo que uni todos os seres do planeta, de plânctons a humanos, dos seres pré-históricos aos mais modernos na escala da evolução. Mas, deixemos Freud e a sua sexualidade de lado e voltemos ao Vagabundo. Dele você vai ouvir tudo o que precisa ouvir, ou, quer ouvir. Vai sentir tudo o que precisa sentir. Só que com uma diferença básica. Você só vai se encantar, se apaixonar, simpatizar, pois ele não dará o tempo necessário para que você enjoe dele. Você não vai conseguir preencher o vazio e, esse falta vai começar a aumentar e você vai surtar de vez achando que está apaixonada(o) pela pessoa perfeita, e que será só mais um quando você se sentir completa. Freud conseguiu explicar até o amor justamente porque era um Vagabundo com uma pitada de loucura.
Beijinhos
Até :*


